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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Declaração de Voto do Vereador Filipe Viana na Reunião de Câmara Municipal de Ponte de Lima de 10 de Dezembro de 2012 - Orçamento e Opções do Plano para 2013


DECLARAÇÃO DE VOTO

O Vereador Filipe Viana, eleito na lista do Partido Social Democrata, vem, no exercício das suas funções, declarar o seu voto contra, no âmbito do Orçamento e Opções do Plano para 2013, com os fundamentos e considerandos seguintes:

1 – A despeito da sua apresentação técnica dos mapas de controlo orçamental da receita e da despesa e dos demais mapas, as opções do Plano para 2013 e da política orçamental da Câmara Municipal não corresponde àquilo que, globalmente, entendo ser o melhor para a qualidade de vida de todas as pessoas das 51 freguesias de Ponte de Lima. Não se pode optar em trade-off por um Plano e Orçamento que tem um custo de oportunidade não razoável para todos os limianos, atentas as circunstâncias temporais e espaciais em que vivemos.
Na verdade, muitas das promessas neste Plano e Orçamento já existem há vários anos, mas não são executadas. Por exemplo, falta de saneamento, até nas zonas industriais. Independentemente da opção e escolha política, o que está em questão é também a atitude passiva da CM na realização do que se propõe fazer.
Na verdade, faltam inovação e novos horizontes a trilhar, pela necessidade premente de dinamismo empresarial e económico, de emprego, com políticas de envolvimento das freguesias e de toda a sociedade civil, mormente agrupamento de freguesias com valências específicas e geográfica e proporcionalmente determinadas.

2 – Este Plano e Orçamento continua a política de desertificação das freguesias, numa gestão que se entende eleitoralista, que este ano de 2013, ano de eleições autárquicas, aumentarão ligeiramente, mas cujos cortes nos financiamentos das freguesias começaram em 2009:
Em transferência de capital, aumentou, este ano, o que se congratula, o respectivo valor. Assim: 2009 € 3 720 000,00; 2010 € 3 620 001,00; 2011 € 3 177 750,00; 2012 € 3 453 000,00, 2013: € 4 075 500,00, sendo que a rubrica de Actividades de Iniciativa das Freguesias tem, ao longo dos 4 anos, a seguinte evolução: 2009: € 1 400 000,00; 2010: € 700 000,00; 2011: € 700 000,00; 2012: € 700 000,00; No ano de 2013, o valor é de € 1 000 000,00.
Em transferências correntes, o percurso é o seguinte: 2009: € 525 000,00; 2010: € 470 000,00; 2011: € 440 250,00; 2012: € 440 500,00; 2013: € 807 500,00. Será ano de eleições? Não concordo com a gestão a curto prazo, que entendo ser eleitoralista. Dever-se-á pensar Ponte de Lima a médio/longo prazo.
Esta não é, de facto, a nossa política. Falta autonomia financeira e política das freguesias. A nossa proposta é a de transferência de efectiva autonomia para as freguesias, através de um aumento substancial de verbas, de forma proporcional e devidamente calendarizadas ao longo do mandato, a médio/longo prazo, por todas as freguesias, bem como, num ano que se avizinha de dificuldades económicas, dever-se-ia apostar no aumento substancial de apoio social: (Cfr.: rubricas de Segurança e Acção Sociais: neste ano, até 1 de Outubro de 2012, gastou-se € 445 509,45, na rubrica do programa de luta contra a pobreza e outros; a mesma rubrica para 2013 é de € 170 000,00. Mas outras rubricas têm apoios diferentes: Açude: € 200 000,00; Centro Náutico: € 200 500,00; pista de canoagem: € 500,00; emparcelamento: € 500,00; piscina municipal € 500,00; museu do brinquedo: € 80 000,00; centro de interpretação do vinho verde: € 581 000,00; casa da terra: centro de prova do vinho verde: € 166 031,15.

3 – No plano técnico, as despesas de capital na aquisição de bens continua, na minha opinião, excessiva. É preferível uma CM mais pobre e os munícipes mais ricos, diminuído ou isentando as taxas ou impostos municipais. Continuamos a defender o “regresso à terra”, que o “queijo limiano é nosso”, “parques infantis por todas as freguesias”, com apoios efectivos à taxa de natalidade e famílias, valor essencial da sociedade humana, “refeições grátis nas escolas” e “TGV? Não, Obrigado!”.
Numa perspectiva económica, poder-se-á entender que cada munícipe “entregará” à CM cerca € 875,00 em 2013; quanto benefício aufere? Este orçamento não confere essa possibilidade.

4 - Temas como Parques Industriais e Mercado Municipal, Rio Lima, PDM, Reabilitação Urbana e Planos Urbanísticos (Cfr.: Problema do TGV), Agrupamentos Escolares (Problema da acessibilidade, densidade populacional, equidistância e problemas de transporte escolar) têm de ter rubricas que manifestem a intenção efectiva de intervenção arrojada de mudar o rumo das coisas, o que não acontece. Desde logo, seria necessária uma maior abertura à sociedade civil, provocando participação efectiva das pessoas nas decisões fulcrais do concelho. O que nós queremos é um Orçamento Participativo e isso não acontece com este, que contém, muitos conceitos indeterminados, cuja execução não se compreende.

5 – A atitude passiva e incompreensível deste Plano e Orçamento passa por outros temas, designadamente: desenvolvimento rural, modernização administrativa (SAMA), produção de energia eólica, centro desportivo e estacionamento, entre outros.
Face ao expendido, e a despeito do saldo da situação financeira e patrimonial da Câmara Municipal, entendo, em razão da coerência democrática, da liberdade de opinião e do custo de oportunidade em causa, que o Orçamento e Opções do Plano de 2013 não corresponde à nossa mundividência para o melhor de todos os cidadãos de Ponte de Lima. Por isso, pelas pessoas e pelo nosso território, voto contra.




O Vereador,

(Filipe Viana)

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